Monday, December 21, 2020

MEDELIM (IDANHA-A-NOVA)

 MEDELIM (IDANHA-A-NOVA)

N 40.05040º; W 7.18386

Medelim é uma freguesia portuguesa do município de Idanha-a-Nova, com 30,47 km² de área e 230 habitantes (censo de 2021). A sua densidade populacional é 7,5 hab./km².

Foi vila e sede de concelho até ao início do século XIX. Era constituído apenas pela freguesia da sede e tinha, em 1801, 492 habitantes.

É designada como a Aldeia dos Balcões. Ao todo a aldeia de Medelim tem mais de 200 balcões. O sítio da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova refere 216. Normalmente são escadas de lajes grandes, em granito que dão acesso à principal entrada da habitação. No passado, o espaço interior do balcão era aproveitado para guardar animais.

Medelim guarda no seu interior segredos que são fruto de uma história antiga que remonta ao tempo dos romanos.

Repovoada por D. Sancho I, foi priorado da apresentação do marquesado de Cascais e sede de concelho, com Câmara e Justiça próprias, do que restam ténues vestígios.

É conhecida como "aldeia dos balcões", em virtude das inúmeras casas de balcão que conserva na sua malha urbana. Terra de bons canteiros, e serralheiros, a eles se deve muita da qualidade dos trabalhos em pedra e ferro que encontramos por toda a aldeia e nos arredores, como as belíssimas varandas da Casa Marrocos em Idanha-a-Velha.

Recuperada pela autarquia a Casa de Medelim é um pequeno solar de finais do século XVI, notável pela sua fachada de cantaria, com um espaço museológico dedicado às questões do património construído na aldeia e na região. Defronte, encontra-se a Capela de São Sebastião ou do Espírito Santo, construção seiscentista que guarda no interior um belíssimo altar barroco de talha policroma.

Nas proximidades a Casa da Ti Paróquia, notável pelo seu grande balcão, com alpendre suportado por colunas de pedra, que se supõe estar associado à antiga casa da Câmara.

A Misericórdia, instituída no início do século XVI e remodelada no século seguinte, destaca-se pela sua volumetria, com um corpo adossado que correspondia ao hospital, testemunho da sua importância noutros tempos.


Não muito longe, a Rua da Judiaria evoca a memória da comunidade judaica que aqui viveu até ao século XVI, cuja sinagoga ainda se conseguia identificar algumas décadas atrás. Um belo conjunto de casas de balcão, algumas com vestígios de comunicação entre si, persiste muito próximo da configuração original.

As casas apalaçadas com jardins do século XVIII ao século XX, algumas com espécimes botânicos exóticos, muros e fontes, habitações sociais de meados do século XX e o forno de lenha, recentemente recuperado, confirmam a sua riqueza arquitetónica para além das casas tradicionais.

A Igreja Matriz é uma construção do século XIX, remodelada na década de 1960, que integra elementos de um templo anterior. Ao lado, o monte do Senhor do Calvário oferece uma vista panorâmica sobre toda a aldeia e arredores. A ermida do Senhor do Calvário é um templo de fundação antiga, reconstruída em 1736 e remodelada posteriormente. Para aqui convergem muitos naturais da terra para a festa anual que se realiza na última semana de Agosto

Enquadramento

Rural. Situada num planalto que se desenvolve à cota altimétrica média de 400 m, de onde se divisam amplas vistas enquadradas pelas Serras da Estrela e da Gardunha a O., e por Monsanto e pela Serra de Penha Garcia, a E.. O ponto mais alto situa-se no Monte do Senhor do Calvário. A vila encontra-se numa encruzilhada de estradas que dão acesso a Monfortinho, Penamacor, Idanha-a-Nova, Alcafozes, Castelo Branco e Covilhã.